30.1.06

-Era a minha ferida favorita!-disseste.
-Gostavas de escarafunchar nela gostavas!
Era o teu dente que balançava e tu rezavas para não cair, porque adoravas a dor,aquela dor fina...excitante.Mas todos nós perdemos os dentes,mais tarde o mais cedo,perdemos esses dentes de queridas dores suportáveis,dentes provisórios...dos quais, para alem de se suportar a dor, ainda se tira prazer dela. Mais tarde virão os definitivos, aqueles que ficam doentes e mandas a quem compete desvitalizar, tirar vida, portanto, para continuares a viver com eles como se ainda fossem teus, para te esqueceres que já não os tens, como se ainda fossem partes vivas do teu corpo. Porque não queres deixa los cair, antes mortos e bem parecidos do que desdentada...
Podes sempre optar por colocar aparafusados, que trocarás mal deixes de gostar da cor...ou da forma. Mas nunca gostarás deles como gostaste dos que te acompanharam enquanto crescias, aqueles que vieram de dentro de ti...Corpo do teu corpo... Do teu Acido DesoxiriboNucleico... Vulgo ADN...
Lembra te sempre que a culpa da aceleração de todo este processo é tua. Não cuidas, não proteges, és impaciente. Lava-los com o maior gosto de os veres saudáveis, mas depois essa gula não te deixa mantê los, preservá los saudáveis como eles nascem, continuas a querê los, porque são teus, até não suportares mais aquela infecção que se alastra e pouco a pouco destroi tudo...e jamais quererás livrar te deles, mesmo sabendo que transportas a podridão dentro de ti...Maldita Gula...de viver...
Mas não te preocupes.Colocarás a tal dentadura que te permite cantar e cuidar deles ao mesmo tempo...e sorris,sem eles...tens pena de ti...mas continuas a rir a cantar.

29.1.06

Muralhas
Entraste na cidade já a noite tinha duas horas, agastado pela velha sensação de timidez ao ocupares um espaço que não é teu.
Disseram-te, viras uma vez a esquerda e depois duas a direita e entras dentro da muralha. Se soubessem como essa muralha fez sentido em ti!
No amor, como na guerra, as barreiras são mais que muitas, fisicas, como a muralha da cidade, morais, como a timidez de ocupar um espaço desconhecido, a que não pertences, e a que estás a aceder pela primeira vez, a invadir.
E o medo, esse que não te larga, o medo de ir ocupar para mal governar, o medo de deixar entrar apenas para procurar, o medo de pilhar, sem querer, de roubar para distruir, este sim, é a tua grande muralha. Fechaste os olhos da tua atenção, para que deixasses de ver o medo nos teus raciocinios, esse que se cheira a léguas, que ameaça, esse de que os cães não gostam, nem tu, porque te prende. O medo que atiça um cão é o mesmo que te prende. Mas deixando de pensar nele, parte do teu raciocinio continuava a resolve-lo porque sabias que te ataria.
Adiante, entraste na cidade a direita, a última direita que se escondia pr'alem da curva, e se te apresentou num arco, debaixo do qual sentiste a leve sensação de transpor um dos limites. Entraste fisicamente na muralha.
Já na velha cidade, de ruas calcetadas a cubos de granito púlido, as fachadas iam passando por ti. Entre algumas lojas de ar moderno e um bazar chinês, portas sem forma e janelas geometricamente alinhadas entre si e geometricamente dividídas em pequenas molduras de vidro atribuem um certo ar organizado aos sinais antigos da cidade.
Espreitas as ruas finas que se entrecuzam, saem das paredes caiadas cornocópias de ferro furjado que penduram decaedros emitindo uma luz amarela que enaltece a antiguidade das construções.
Pensas, óptimo, esta cidade está inundada de luz turva, essa que não permite ver os defeitos, mas permite ver no vulto o essencial para lhe reconhecer a identidade. Por breves instantes esbate-se o teu medo!
Conduzindo a velocidade moderada, ao lado direito, um largo, e no extremo oposto do largo um edificio institucional, não muito antigo, robusto, parecendo desnivelado, destrais te pensando, numa cidade velha nunca sabemos o que está desnivelado, se as ruas se as casas, e respondes-te imediatamente, claro que é a rua, não imaginas o corredor longitudinal daquela casa a subir ou a descer, dependendo do sentido, e as portas frente a frente de um lado e do outro dele serem mal esquadriadas, podiam ser, mas o bom senso diz que não serão concerteza. Pensamentos mirabolantes, conclusões mais ainda.
De repente notas que o edificio está iluminado por luz branca em focos zenitais, volta-te a tensão do medo, com esta luz ver-me-á a alma, e desmascarar-me-á, será que posso deixar, será que quero?!
Olhas à volta, e excepto aquele edificio, que vieste a saber mais tarde ser o teatro, e mais um ou dois talvez pares deles perdidos no labirinto, eram iluminados por luz branca. Sendo um deles a Sé que avistas no topo da cidade, não te caberia com certeza a triste sorte do teu destino não estar iluminado da luz turva, como qualquer bandido, ladrão, malfeitor ou artista, gosta.
Pit stop para a caixa automática e o respirar do ar da cidade. De pé, e sem os ecrãs através dos quais temos a percepção do cenário enquanto conduzimos, a presença da cidade torna-se mais imponente, tem cheiro, tem mais cor, e o barulho deixa de ser o turbilhão dos teus rodados na calçada e passa a ser silêncio acompanhado por murmúrios ao fundo de uma qualquer transversal. O citadino e quase inaúdivel Pi, pi, pi ,pi do código digitado numa caixa multibanco igual ás outras todas no mundo.
Entras, fechas a porta do carro, e de novo atrás do ecrã. De novo o turbilhão. E o medo, o medo de encarar o que te faz estar ali, o medo de ser encarado como invasor, tendo havido um simpático e irrecusável convite. Sentimento estúpido este, incomodo! Segues, antes de lembrares ser necessário telefonar para saber as coordenadas do teu destino, número de porta, nome de rua, se á direita, se á esquerda, naquela biforcação debaixo do arco ( romano...será?!).
Pegas no aparelho, do outro lado, uma voz rouca, pausada mas firme em contrariar alguma insegurança que detectas ao primeiro " sim, tás onde?"...
Assusta te, insegurança!!! o rastilho que detona o medo...merda...calma...queimará controladamente, deixarei que se consuma a si próprio...
Medo!!! Medo do que?! O medo é precedido de uma projecção futura de acontecimentos menos agradáveis, falhas, incomodos, mal entendidos, e acenta sobre essa projecção, alimenta-se dela.
A mesma voz responde te, "- Na bifurcação debaixo dos arcos é a esquerda...", ia mesmo perguntar isso"..., esgueiras o lábio num sinal de satisfação, óptimo, primeiros sinais de cumplicidade, uma sintonia na designação "biforcação debaixo do(s) arco(s)", olhas para trás, primeiro pelo retrovisor, depois directamente, torcendo o pescoço quase como uma coruja, olhos quase pretos, amedrontados, mas atentos, serenos e prespicazes, assustadoramente enigmáticos, como os de qualquer coruja que se preze. Constatas o teu erro, são arcos, pelo menos dois, que vejas, aparentemente não erraste por muito, não era um, eram dois, apenas mais um, mas que transforma tudo num conjunto, uma pequena margem de erro que muda tudo para o plural.
Sorriste dos teus pensamentos, e seguiste à esquerda, continuando a ouvir a voz, ao trambulhão por uma escada de madeira "...então vem andando que eu vou a porta de baixo para que me vejas...", "- Acho bem, é por isso mesmo que estou aqui..." e sorris mais abertamente, e tens a sensação de perceber um sorriso tambem, do outro lado da linha, se é que me faço entender. Sais da primeira curva e ela sai da última porta antes da próxima, ainda trás uma luz na mão, o telefone, e acena com a mão e com a luz.
O humor! O humor é a solução, o humor quebra sempre o gelo, o humor quebra-o e a sinceridade derrete-o, pensas enquanto que, com a tua tipica falta de cuidado e de atenção, sobes o passeio ao tentar estacionar num lugar bem demarcado por traços amarelos, e que digamos assim, qualquer camionista estacionaria lá o seu pesado sem sequer tocar no lancil.
Desligas a chave, procuras qualquer coisa, não sabes bem o quê, e pensas, é isso mesmo, pronunciarei com os meus modos mais naturais o primeiro pensamento que me atravessar o miolo, e continuas a procura. Do quê?! Não sabes, talvez de um último segundo que deixe consumir o resto do medo que sentes. Levantas a cabeça e olhas-a, através do ecrã. Aguarda-te olhando a luz que tem na mão, talvez veja as horas, levanta a cabeça, encosta os joelhos, e aperta cada braço com a mão oposta. Quase que sabes o que estava a pensar.
Sais, bates a porta do carro com força, como sempre, e volteas a olhar para dentro do carro, novamente a procura de não sei o quê, ou novamente a tentar ganhar segundos. Cuidado com o que dizes, ainda te tomam por pateta! Que tomem, e que seja por um pateta alegre, antes um pateta alegre que um cagão armado ao pingarelho.
Atravessas a rua de sentido único sem sequer olhar para trás, dá-te um ar de seguramça saberes confiar apenas no ouvido, pensas...estúpido, não dirás isto, ocorreu te mas não o dirás...
Chegas perto dela, apertas lhe as mãos que lhe apertam os braços e dás-lhe um beijo na face direita, ela retribui o cumprimento e sorri uma mistura de alegria com reticência, mas notas que luta contra a reticência, é o sentimento de invasão, pensa concerteza "Afinal vieste?!" e tambem "Tás no meu espaço, se algo corre mal, tudo corre mal!", tudo se reflete na sua expressão, pensas "Óptimo, temos transparência..."
- Sobe. - diz do terceiro degrau.
- Subirei. Aposto que sei o que estavas a pensar quando olhaste para o telefone e te abraçaste a ti própria.
- Sim, e então?!
- Viste a hora e pensaste " a esta hora faz frio nesta terra"...
- Perdeste a aposta!
- Sim?!...ooops...e então! o que pensavas?!
- Para já, de inverno faz sempre frio nesta cidade, já estou habituada.- disse já no ultimo degrau sem olhar para trás.
Merda, não tá fácil, tá gelada, deve ser do frio, constante... trocadilho interessante.
- Posso tentar outra vez?- perguntas do penúltimo degrau enquanto ela procurava a chave que abriria a porta.
- Sim, claro, mas olha que vou cobrar a primeira derrota.
- Cobrarás, mas não acumularás a divida da minha primeira tentativa se eu desta vez ganhar.
- Não! Porquê? Ficariamos com o saldo a zeros...
- Não, ao contrário de todas as dívidas, sejam elas de outras apostas ou não, esta eu faço questão de pagar e que me pagues - respondes num racioncinio meio confuso - e assim com'assim não gosto de nulidades, antes negativo do que nulo.
- Tenta, o que esperas?- diz já sob a ombreira da porta, voltando com um ar meio cansado.
- Tentarei. Viste o meu nome no telefone e logo pensaste "era tão bom que ele estacionasse rapidamente e me desse um abraço forte e quente, pois está frio e estou meio confusa com toda esta rapidez da nossa aproximação" basicamente, querias tu pensar "era fantástico se ele me salvasse do gelo desta cidade, e do gelo que me ataca o pensamento, este sentimento de estar a ser invadida por um estranho, não tão estranho quanto isso, mas mesmo assim estranho, convidado".
Soltou um sorriso enorme, completamente aberto, e não soltou uma gargalhada, vim a saber mais tarde, que porque diz não saber rir em voz alta.
Deu dois passos à frente e disponibilizou-se ao meu abraço, esse mesmo que ela precisava e que eu soube, logo que abracei, que precisava tambem.
- Então, ganhei desta vez? - perguntei com o tal ar de pateta alegre.
- Ganhaste, não porque tenha sido exactamente isso que pensei, mas porque adoro o teu humor. Quebra o gelo.
- Sim, ha imensas palavras, já para não contar com os infinitos encadeamentos de raciocinios, para definir os mesmos sentimentos. Fico feliz por gostares, sempre ouvi dizer que o humor é a maior das cumplicidades. - dizes com um sorriso vaidoso, ela concluiu apertando-se-lhe o teu abraço:
-Podes ter a certeza, rompe muralhas de medo.

28.1.06

"Canso-me de me procurar tds os dias...e entao arrasto-me!
É isso q faço c a minha vida...arrasto-a!
Sangrar tds os dias cansa!
E cada dia q passa a culpa de te ter um dia magoado tanto, pesa mais!
Perdoa-me ter-me um dia perdido de ti, de mim e de nós!
Hoje já n existo, sou uma sobra...
Passei o prazo de validade e continuo aqui!
Sê feliz por mim!

P.S :Saudades sempre muitas!"
Amiga minha...
A vida amanhã é um buraco do tamanho do mundo q te espera, condenam-me mas eu n quero q caias nele como eu caí.....mas se tiveres de cair vais ver a vida de uma prespectiva demasiado diferente e a dor por vezes é uma benção!
Não te vou enganar, não é bonito...nada bonito de se ver!
É a maior solidão q existe...é a separação de ti mesma!
Como uma cobra, perdes-te e mudas de pele, um dia acordas e...eras!
Existimos hj de uma outra maneira...não mudamos a maneira de ser, somos seres diferentes...reencarnámos mais uma vez!
Abençoados aqueles q escorregaram...

25.1.06

Perdi-me um dia... Olhava a volta e não sabia por onde ir. Tudo era igual, tudo era cheio, tudo era sem caminho algum. As árvores em meu redor eram cada vez mais iguais, cada vez havia menos pássaros a conversar, menos perfume a terra, menos cantar dos riachos, menos carícias da brisa. A noite caia...
Já confuso, baralhado e atormentado, sentia-me como se fosse um amor sem paixão. Perdido e amargurado não queria mais ali estar. Não queria mais estar num sitio que não quisesse estar. Não queria mais estar na floresta que tanto tinha ambicionado. Ainda me lembro de meses a fio estudar o melhor percurso. Defini a minha rota e com um lanche preso num cajado segui caminho. Tudo em mim acreditava que estava a ir em direcção à felicidade. E quando estava quase a chegar perdi-me. Não tinha bussula, nem mapa, nem estrelas, nem nada...
Exausto, aconchego-me aos pés de um carvalho que repousava ao lado de uma orquidea. A meio da noite um barulho de passos desperta-me.
- Quem és tu e o que fazes aqui?
- Eu sou o Charme e vendo chocolates...
- Mas a quem vendes chocolates se não há aqui ninguém? -interrompi eu!
- Vendo a ti por exemplo!
- A mim? Mas eu não quero chocolate...
- Queres, queres!
- Mas eu não gosto do sabor...
- Estes chocolates não são de sabores... São de sentimentos!
Confuso e mal dormido dispus-me a escutá-lo.
- Vim agora do Vale do Amor. Vinha à pressa com o sapo e a gaivota.
- Mas não há gaivotas na floresta!
- Nesta floresta podem estar quem nós queiramos. Uma gaivota chamada Alice e um Sapo chamado Geremias. E eles vêm comigo desde o Vale. Eles comeram os chocolates!
- Mas onde é esse vale e o que são os chocolates?
O Charme olhou os meus olhos... espreitou a minha alma e deu-me um chocolate. Era preto com riscas lilázes fininhas em zigue-zague. Comi o chocolate e adormeci sem me despedir do charme da Alice e do Geremias.
No dia seguinte o sol raiava de novo... Reparava em cada árvore há minha volta, nas notas dos chilreares, nos mil aromas da terra, nos sonetos dos riachos. A brisa passava por mim como que uma mão percorrendo o meu cabelo. Aquela manhã estava a ser uma manhã como eu queria que as manhãs fossem! Olhei a minha volta e estava no mesmo local onde tinha adormecido mas tudo era mágico e diferente. Achava que não tinha chegado ao Vale do Amor mas estava ali bem... Procurei pelo Charme e de repente vi que afinal sempre tinha estado no Vale do Amor e que nunca tinha reparado. Afinal o Vale do Amor é maior que a terra, maior que os oceanos, maior que o MUNDO.
Um dia mais tarde encontrei a gaivota Alice e o sapo Geremias. Eles vieram ter comigo e disseram-me que a missão deles tinha sido cumprida e que agora eu tinha que cumprir a minha. Eles mostraram-me como ser feliz e eu agora tinha que fazer o mesmo. Admirado, disse-lhes que não sabia como. Que não conseguia fazer as pessoas serem uma coisa que na realidade não são.
- Aí é que te enganas... Todas as pessoas são felizes, são alegres e divertidas. O problema é que se esquecem disso... O problema é que vão aparecendo coisas na vida que as fazem esquecer disso. Ficam mais preocupadas com as coisas más que com as boas.
- E mais... - interrompia o Sapo Geremias. O problema é que procuram a felicidade em todo o lado e não a encontram... Ela está dentro de nós e nunca a encontramos.
- A felicidade é como o Vale do Amor sempre vivemos nele, mas procuramo-lo em toda a parte... (Come o teu chocolate e acorda no Vale do Amor, na Montanha do Amor ou na Ilha dos Amores. E se um dia procurares bem vais encontrar a Alice e o Coelho. Se não procura o Charme e pede-lhe um chocolate!)

- a n d r e - diz:
O começo desta história foi escrita por ti, e terminada para ti!

20.1.06

Saberias quanto sou cruel, se soubesses, ou se julgasses saber. Pensarias que sou cruel, como eu, tambem por vezes me ocorre. Só conseguirias saber como é grande o meu amor por ti, se vivesses dentro de mim, se te sentisses cruel, como eu sinto, por fazer o que tem de ser feito, por procurar todas as envolvências para esquecer, por procurar sobrepôr afectos, afectos para encobrir. Mas como encobrir amor com afectos?..é tapar o sol com o peneiro...
A unica solução é apaixonar me outra vez, por alguem, que por estranho que pareça, cheire puro como tu. Lamento, mas é esse o meu caminho, é isso que tem de ser feito...Parece cruel?
Não, se souberes que o verdadeiro amor não se apaga, não se deixa sobrepôr nem por afectos, nem por paixões nem por outros amores...e o peso da acumulação só se faz sentir em mim, torna me denso, faz me pesar e faz me ser grato ao facto de ter aprendido a amar...contigo...
E aí, tenho a coragem de dizer, que quem ama uma vez, ama duas ou três...

19.1.06

Eu sempre soube que o diabo se me manifestaria em forma de mulher.
O mal encontra sempre a forma de aparecer na sua forma mais sedutora para cada um de nós.
Pode parecer uma máxima, daquelas em que toda a gente já pensou pelo menos uma vez na vida, mas se desenvolver-mos um pouco o raciocinio...Colocamo nos questões pertinentes, como por exemplo, em que forma aparecerá o rabudo a um informático?..na forma de um site de pornografia ou numa computadora?!?!
Em que forma aparecerá o dito cujo a um portista, na forma da namorada loira do Pinto da Costa, ou do emplastro com mamas...e a um sportinguista?...deve aparecer um leão paneleiro, é uma ideia...
Poderiamos passar por todas as profissões, carácteres, clubismos, nacionalidades e étnias...Por exemplo a um americano apareceria em forma de conservador machista gay, caiádo de petróleo, e com uma nota de dólar colada na peida...
Fica o lamiré, pois não tou numa de falar sobre isso exaustivamente.
Um dia apanhei um aviao cheio...
Repleto de sonhos, expectativas, frases feitas, discursos preparados, beijos enamorados tantas vezes imaginados!
Carregava o Destino no porão.
Azul do céu...azul do mar...
(e azul dos assentos??!Pq será q os assentos são sempre forrados a tecido azul ou pele azul..?azul azul azul....pq n há duas sem três!)
N cheguei a chegar no destino do destino...a vida n deixou, encarregou-se de me adormecer os sentidos e qd acordei continuava no avião, desta vez vazio, de regresso a casa.
...Passei a minha paragem...e logo eu q nunca andei de autocarro!
O destino viaja pesado...levou td!
Até hj me pergunto: como seria o destino?
E sonho tds os dias c o destino no destino...Estendido numa praia qualquer a beber pinacoladas!
Fodasse...Porque é que tem de ser assim?.. porque é que tenho de me arrepiar cada vez que esbarramos nas mesmas palavras, no mesmo momento?
Porque é que, quando falas, eu já sei o que vais dizer?
Porquê?...que quando me olhas eu já sei o que estás a pensar?
Sinto que conheço os teu movimentos, sem nunca os ter presenciado.
Conheço a cara que fazes quando amas, porque era a minha, na sua versão feminina.
Sei do teu corpo, como sei das minhas mãos, sem nunca o ter envolvido!
Sei o teu cheiro.Sei, porque cheiras a sedução inocente, porque és mulher e estás inundada de carinho...
Mas isto é muito pouco para dizer de nós!
Até o nosso sinal é oposto, como se tivesse pintado na alma, não no corpo, e quando te olho de frente, é como se olhasse para um espelho magico, que reflete apenas a alma e muda o sexo do corpo...Muda lhe as formas, e só deixa o que foi pintado, a extrato de melanina, derramada até ao fim....

18.1.06

MISERERE

Do you ever look around
turn your ear to the ground
show your face to the sky
on a night when the skies echoe sounds
from inside of your mind
on the stage that you shone
where the sun did become you
and move with your thoughts
through the sighs and the scenes
of the worlds you have seen
and the sights that have been
your reflection in shadows and dreams?
- your reflection in shadows and dreams
Did you ever see a man
who did walk down the street
white robe with no shoes on his feet
and on top of his head place a box with two slits
and the sign from his neck said ‘I do not exist’
or a woman who could not remember her name
did stutter and stutter again and again
and saw you and called you her son
her eyes said
‘my being is gone
but still I’m not dead’?
Miserere
Have you ever seen a sound
have you listened to an image
have you ever touched a thought
have you ever tasted nothing
have you ever told a lie
that was true more than truth
because truth it had lied
all its life when it spoke to you?
And what did it say
it is that it is this
this goes here
here is there
it is not yes it is
it was dulling your senses
your eyes they were bound
have you ever my friends
been looking around?
And the other replies
with a wave of a hand
I am already here
in this promised land
but not by a god and not by a king
and not by a spirit
deep from within
I am here because a miracle’s a whim
it’s a flash of glory
it’s an empty tin
and maybe might lets you in
not to save you
but to keep on looking-
Miserere…
Have you ever been so happy
that you’re sad?
that the lights turn to stars
and the stars become eyes
and hello’s are goodbye’s
and the laughs are the sigh’s
and the show disappears with the note
‘until next time’
Long live living
if living can be this
Long live living
if living can be this
Long live living
if living can be this
Long live living
if living can be this
Do you ever look around
turn your ear to the ground
show your face to the sky
on a night when the skies echoe sounds
from inside of your mind
on the stage that you shone
where the sun did become you
and move with your thoughts
through the sighs and the scenes
of the worlds you have seen
and the sights that have been
your reflection in shadows and dreams
Do you ever look around
and find what is yet to be found?


The Cat Empire

17.1.06

"Amor amor amor"!!!Agora é que foi...Passaste te, deste o berro, kinaste...deste o peido mestre...
É bom que peças perdão mesmo...porque a partir daqui já não vais ter caminho de volta...redime te já, porque a partir daqui, ou vais ser génio ou louca... E em qualquer um desses rotulos vais te rever, um dia a dona do mundo, outro com o mundo esborrachado na cara...Lavarás um dia a cara com água da fonte e no outro dia comerás o remédio dos ratos, serás um dia o unicórnio branco, e o outro o rato do esgoto...com ar de mafioso convicto...serás um dia o charme outro a saudade, em um contemplarás, noutro arruinarás...E o amor nunca jaz dentro de ti porque o amor nasce quando tu morres...ele toma o teu lugar...ele toma te a espinal, sobe te á nuca, ele torna se arrepio, justifica te o passado, para conseguires encarar o futuro...E vai pesando, vai amadurecendo, até ficar podre de velho, até ficar senil, mas nunca morre.
Morrer te á o sexo muito antes de o amor morrer em ti, e dá lo ás...aos teus netos, a todos os netos, dá lo ás a quem não se dá com o corpo, a quem se dá sem esperar retirar o prazer, a quem se dá sem guardar...dá lo ás numa tentativa vã de o esgotares, porque é imenso, tá senil e pesado...E morrer te á o corpo antes de morrer ele...em ti...
Ri-te ri-te...
Devias ter vergonha na cara...será q nunca vais desistir de me atormentar?
Devia ter-te morto qd tive oportunidade, agora é tarde...nunca mais terei motivo nem nunca mais terei coragem!
O q tu querias era q te matasse agora...veres-me enjaulado seria p ti a maior piada...aposto q esgotavas o riso!Mulher do demo!Cabra do inferno!
Odeio-me pq te amo tanto...
O amor...sei lá o q é o amor!!
Amor por mim é q devia ter e n tenho...tenho-o tanto por ti q n chega p mim...
Sou pior q um cão vadio...
Fico sempre c os restos de tudo, os do meu amor por ti...e de ti qd n te dás aos outros!
E o mais amargo de tudo é saber q nunca te vais arrepender de nada, pessoas como tu n se arrependem...causam arrependimentos nos outros.
Qd te invado e espero ouvir um "Amo-te" ouço um "fode-me cabrao!"...Engulo silêncios!
Sei q de ti n posso esperar nada e qd penso no q posso esperar, tremo!
És um demónio...és o meu demónio!
Engulo...engulo-me sempre...e tu anulas-me!
Será q ainda existo algures?...não...devo jazer aí num Nao Lugar!
Eu n era assim, gostava de coisas simples, gostava do luar, de andar descalço , de cheirar a terra, ler poesia e ter um grd amor... comer caracois e beber minis!
Chamas-me bimbo!
És demais...
És perversa em demasia...e eu amo-te por isso tudo!
Se fosses boazinha desprezava-te....és má e coloco-te num altar!
Ai de mim...

16.1.06

Era uma vez....
(Peço perdão pq n sou nem nunca serei uma contadora de histórias)
Era uma vez um vendedor de chocolates chamado Charme...
O Charme percorreu 1000 kilometros adentro da floresta encantada e encontrou o Vale do Amor.
No Vale tudo era belo...O céu era sempre igual, pincelado a ouro e laranja...n havia tempo, nem calor ou frio.
Tudo era desenhado, ...as flores, as nuvens, o Sol e a Lua Cheia estavam sempre lado a lado cortejando-se. As pessoas, eram as mais belas q o Charme algum vez tinha visto em toda a sua vida!
Todos andavam descalços pq a terra era generosa, vestiam tunicas brancas, os seus cabelos eram longos, mt longos e os olhos eram tao profundos q por momentos o Charme conseguia ver-lhes o coração e ouvia.lhes as batidas na respiração.
No Vale havia sempre musica,uma harpa escondida q n cessava nunca e nos jardins das tulipas sempre pessoas a dançar...Ah a dança, a dança era o proprio Amor!
Amor amor amor...e toda a Beleza do mundo inteiro!
A principio toda esta beleza foi bem recebida pelos sentidos do Charme mas á medida q os dias se sucediam, ele estava cada vez mais fraco,mais triste , vazio!E foi entao q embora destroçado, sabia q tinha de partir...continuar a sua viagem em busca de outras paragens, outras gentes, potenciais clientes!Os chocolates tinham acabado e Vale era demasiado encantado...
Despediu-se de todos...de tudo..dakele sol e da sua lua...de todas as musas q amou, de tds os pintores q admirou, atravessou o jardim das laranjeiras e partiu!
No caminho viu a beleza ir embora e o frio a tocar-lhe a face de novo...já n cheirava a sândalo, o céu era outra vez apenas céu e o seu passo era de novo firme...
Sozinho se encontrava finalmente melhor, pq sempre foi assim...
E agora podia finalmente sentir a Saudade a chegar, uma nova companheira de viagem...nunca mais estaria só!Nunca mais caminharia vazio...levava o Vale dentro de si...
Era agora um homem rico, não pq o negócio dos chocolates tinha corrido bem mas pq guardava na alma a lembrança de tudo o q é bom...um eterno arrepio corria-lhe na pele, o Amor!
Nem o Charme pode conviver assim c o Belo...e a caminhada é mt mais valiosa qd é partilhada com a dor!
A Beleza assusta...destrói-nos lentamente...corroi a alma!
E a Lua é mt mais bonita sem o Sol...

13.1.06

Na pouca substância material do meu quarto, que contrasta com a muita substância reflectiva da minha imaginação, sinto que quase consigo fazer parar o mundo. Não consigo fazer parar o tempo, esse mesmo, o tempo, o cronológico, esse que não se lhe conhece o principio nem se lhe vai avistar o fim...O que passa sem parar, mas continua a redundar. Continuo a duvidar se é ele que passa por nós, ou nós que passamos por ele, sendo que a primeira faz mais sentido, porque nunca houve vez alguma que eu tentasse parar, deixar de olhar, e o encontrasse no mesmo exacto momento onde o deixei. Mas entre intervalos de tempo perdido, e a porta do meu quarto, nunca haverão momentos de tempo não vivido, não observado e não refletido...

10.1.06

E se fosse esse o teu desejo...então sim, conversariamos até secar a voz. Como se não houvesse amanha, como na verdade não o há, pois seria apenas prolongamento, da mesma voz seca e rouca de hoje, até que secássemos...voltássemos a secar e a dissecar.
E aí sim, só restava mover montanhas, não em sonhos, mas montanhas de sonhos... arrasta-las, consumi-las...
E porque o sonho alimenta o desejo, e o desejo volta a mover montanhas, movê las iamos e sonhavamos até que tudo fosse planicie...essa mesma chamada Amor que em tempos sustentou montanhas de paixão.

9.1.06

E de repente...zaz...fez se luz...
E no curto espaço de tempo entre o momento em que senti, ou "quis" sentir que vinha na minha direcção e o momento em que me tocou foi um momento suspenso...Um momento suspenso cheio de esperança, mas com a pouca fé que se me permite...Um momento suspenso, vazio de tempo...um instante que se permitiu durar horas, em que a unica coisa que recordo são as gargalhadas, os dentes brancos, as nodoas de vinho, os cinzeiros cheios e a laranja...bendita seja a laranja...
E depois ela atravessou me, numa sensação de nada querer e tudo poder, uma sensação de nada esperar e tudo acontecer, assim como se tivesse que ser para hoje...como se de uma cadeia natural de acontecimentos se tratasse...em que depois de um vem outro, e só poderiam acontecer por esta ordem.
Se me permitem, irei definir a minha maneira...não é destino, não está escrito, não é mão de ninguem superior... é simplesmente, a vida que nos vai preparando, e sempre da melhor maneira...sempre...para o que vem a seguir...

7.1.06

Doi-me a cabeça de tanto pensar
Assim como me doem os olhos de tanto ver,
ou de procurar
mas o que me incomoda mais antes de dormir
é doer me o peito de tanto sentir...
Se tivesse mil mãos escreveria a minha alma em livro num segundo...Não sei se num livro se num papel imenso. Num papel que poderia servir de parede, de chão, de tecto, de embrulho. Ou seja, a imagem escrita da minha alma serviria, tanto para separar, como para pisar, para contemplar, ou para enbrulhar, encobrir se a si própria, oferecer se a si próprio numa reinvenção, numa descoberta surpreendentemente constante...ou numa surpresa constantemente descoberta
Qd partir lembra-te q um dia passei aqui... e escrevi para ti!
"Um dia volto, prometo! "...minto-me sempre!
Penso q nao vou aguentar mas aguento...aguento-me!
Qd partir não mais me falarás, mas promete q me lerás sempre!
Ficarei na palavra, na tua letra e na nossa musica!Sim, aquela q nunca tivemos...
Teremos agora!
Promete q me sentirás no mar, q me recordarás no sabor do vinho decantado...
E eu prometo-me a ti!
Qd adormeceres sou eu q vou estar a teu lado...e qd beijares sou eu quem te vai invadir lentamente!Saberás reconhecer-me o sabor!
Nunca será mais ninguem, nem nunca serás tu com alguem!Não poderia ser senão eu...
Desculpa meu amor mas de mim não te livras...
Serei sempre eu!
A saudade um dia, será só um calafrio...
Prometo-te q eu serei sempre o teu arrepio!
Chegou a hora...corro, corro muito pq este comboio não vou perder!
É rapido, eficaz e definitivo!
E grito!!
Amo-te!...Amo-te mt mais do q devia!
Sim, qd chegar a casa mando um sms!
Somos e seremos, tornaremos a enlear, porque para nós, o que é não é o que parece ser, e o que parece ser nunca será...
Porque bateremos no fundo, no fundo do poço que não tem fundo, mas esperamos sempre por ele, porque cremos que tocá lo, senti lo, nos fará voltar a criar, voltar a viver, voltar a ver...nitidamente.
Nós...
Somos aqueles que depois de construir precisamos destruir.
Aqueles que viverão eternamente na autodestruição e por contraste,por oposto e por equlilibrio na autoconstrução.
Somos os que cresceremos até ao infinito e minguaremos até a insignificância...
Complicaremos até ao fim,e desataremos todos os enleios...todos os nós...até que tudo se torne cada vez mais próximo...
Enturvaremos,para tornarmos claro...destinguir o limpido transparente, do turvoquaseopaco...
Pintaremos por cima da tela para vermos através dela.
Somos nós, o cúmulo do egoísmo e ao mesmo tempo a essência da dádiva...
Pontapearemos...o nosso, e o dos outros...não respeitaremos...
Interessa nos o acto de fazer, não o resultado do feito...
Para nós, será sempre no complexo processo de execução que estará o orgasmo...
Seremos o artista que no fim queima a sua obra, porque no fim tudo o que interessa é a recordação do que foi enquanto não o era,porque depois de o ser já foi...
Seremos até ao fim aqueles que viverão aquilo que vai ser, recordando o que foi.
Nunca conseguiremos alinhar o nossos agora...porque o agora acabou, já foi...e o agora que será tambem passará por nós como o agora que acabou de passar.
Hoje n escreverei de Amor, nem sobre o Amor!
Nem de paixões avassaladoras, nem de saudade...ou de solidão acompanhada!
Hoje escreverei sobre nós!
Nós somos aqueles q nunca dormem...somos aqueles q queremos parar e n conseguimos pk tudo parte e tudo é mais forte, mais frágil e ao mesmo tempo mutável de uma forma tal q é demasiado rapido e nos perdemos na ilusão de um dia termos tocado o fundo.
Aquele fundo áspero, frio...que me mudou, q te mudou...q te trouxe a mim!
Mediremos um dia juntos a distância q separa o ultimo folego!
Nós somos aqueles q bebem as proprias lagrimas pk n há mais ninguem q aprecie esse sabor...amargo!
O meu sabor, o teu sabor....
Nós somos o terço q se deixa ser rezado...o instrumento, lideremos o caminho!
A música, a beleza e toda a natureza!
Nós somos os eternos descontentes...pk tudo é demasiado simples e aparente!
Tao pouco ardente...
Nós...
Tu és o meu nó...
O meu guia...
És o meu Lais de Guia!