16.4.06

Sozinho corpo encurvado no escuro mente sagaz que corre parada a velocidade da luz...
Coração denso pesado apertado será que te voltaste a jorrar ou a estancar para sempre?
Sexo odor intenso da tua pele que te torna presa...a mim...de mim...
Suave fina branca meio translucida que revela carne sã tenra apetecivel instinto violento...racionalidade implacável...movimento mental fácil e previsivel num acto despojado de pouco exigir...apenas saciar.
Ciume esse que ataca tanto quanto mais turvo é o sentimento...quanto mais perto estás de querer...que ainda não sabes se queres...quererás?Baloiço este que nem se equilibra nem causa vertigem...movimento insatisfatório.
Haverá alguem que sinta mais que tu?..Alguem que claramente confie no seu instinto...quem será esse de inabalável confiança ou de história pouco marcante...puro???Pouco!!! ou puro e profundo, tão profundo que só se lhe vê o véu?!
Sinceridade pregada não é verdadeira, será que não sabes?..tb não tem de ser perigosa, apenas cheira...mal. Se calado ficasses sincero serias, explosiva seria essa mente que ainda não se definiu...energia?matéria?...simples confusão ou ilusão? duvidas contraditórias de pensamentos sem prática...serás consciente ao ponto de duvidares da tua própria honestidade...ou será que amas apenas a mentira e queres que tudo seja ela.. "Isto não é um filme..." defendes obstinado até ao ponto de te julgares utópico...queres assim tanto que não seja? ou sabes no fundo que não é um...são tantos que se tornam nenhum... Tendência cruel de amar a máscara, embeber, fazer dela pele que sente calor frio arrepio...pele que sabes ter de arrancar...escalpar...caso ela não se disfaça desmascarada e envergonhada por intuiçoes que não julgavas possivel haverem maiores que a tua...talvez tenhas de calibrar a tua...máquina essa que de tanto usada se tornou disconexa e (in)crivel...talvez até racional..."intuição racional"!
Queres mesmo que aconteça? Acontecerá. Sob custos sempre insuportaveis e que pagarias para nunca quereres nada.
Pregas agora o despojamento de apenas existir....existir sem desejar...prazer sem querer. E desejas...voltas a imaginar o cheiro virgem da protecção fina daquela carne tenra e insipida... que revela a insipiência de pouco ter desejado, o medo que ainda não perdeu da perda, o apêgo que ainda confunde ao amor e o bem estar da entrega que confunde com satisfação e desejo irrefletido e devorador...Ausência de egoismo que comove e não apaixona, amor que nasce por admiração da simplicidade... que deve fortunas ao desejo. Comoção trágica que te atraí ao inocente, carinho irresistivel que quebras com esporádicos actos de desejo racional.Paz confortável que sentes na protecção de quem te suga...enquanto pouco imaginas de que deleite se trata ...apenas pós-sentes desconforto incómodo de quem não vê através do turvo. A culpa não é tua...tu não sujaste aquilo que antes era translucido e confiável...nunca foi. Ajuda me a limpar e torna te voraz.
Ensinar te ei a ser egoísta em troca do abrigo da tua sanidade inocente.
Querer tal que nunca é grátis, mas delego em ti a responsabilidade consciente de decidires sobre o que desejas, não vás desejar algo que não possas pagar.Mais claro ainda, roubo te a alma sob o teu observar atento de um prazer quase irresistivel e quanto mais te peço para não deixares mais mordes o lábio, reviras os olhos e inclinas a face ao céu...Pendurados ficam os teus finos cabelos que acariciam o sexo e estimulam o prazer do santo acto...prazer que identificas como amor, e que eu juro tentar bebê lo em ti até que nada mais reste entre nós...E juro que é nesse instante que te devolvo a alma desnorteada e te olho com a ternura de posse adivinhada e te deixo partir até encontrares o teu norte.
E surpreender me ás se conseguires repetir o assalto numa inversão inesperada da osmótica difusão...de tudo o que viste acontecer...Seria esse o sublime momento da minha desconstrução e entregar me ia como sempre sonhei entregar me a uma mulher...com a vulnerabilidade de quem mais coisa alguma deseja que não seja o conforto do teu regaço e por vezes a doce virtude do teu sexo...
E viverei feliz para sempre...Parvo...

2 Comments:

Blogger Z said...

Muito intenso. Como tu me disseste uma vez: Soltas-te assim? :)
Adorei.

abril 17, 2006  
Blogger Sininho said...

muito...

abril 25, 2006  

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