14.2.06

Tudo é frio nesta cidade.
A pedra que compõe a sua estrutura é fria, a sua textura. O ar frio... seco,o verde das árvores é frio... escuro, o meu nariz é frio... nesta cidade. Cidade de estudantes, de músicos...artistas, menos frios, estudantes obstinados... gelados.
Redoma da europa, quem vive cá não se mostra conhecedor do calor, mesmo que já o tenha sentido, recusasse a aceitá-lo.Falam 3 ou 10 linguas frias, misturas impercéptiveis de idiomas saxões, inglês os mais novos, francês os mais cultos.
A noite é fria... de morrer, o dia é menos frio... mas morto. Os cumprimentos são frios, os beijos são frigidos...três, para compensar, como se a quantidade interessasse... Não há sinal nenhum da dádiva, ninguem dá, nem mesmo uma piada descomprometida...medo de receber pelo pavor de retribuir... o cumulo da frieza.
A única coisa generosa nesta terra... a natureza, generosa demais... desculpa tudo o resto.
As montanhas Alpinas a sul contemplam a cidade... brancas, alguem na cidade as contempla... eu. Talvez de retribuição, prazer de dar, tentativa de receber... minha, não delas... estão mortas, como todos por aqui, talvez precisem todos é de parar, pensar como as montanhas...
Mas gosto, de tudo, digo para mim que nenhum tempo é perdido muito menos para um generoso.
Incrível, a única coisa que aquece nesta cidade é precisamente o gelo... a neve que cobre os picos que se espetão no céu quase desde a sua base. Branco gelo... quente luminoso. Verde escuro... frio duro...contraste impressionante... e que belo!!!

2 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Escrevi sobre Amar.
Agora escrevo sobre não o fazer.

De mim. Para vocês.

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Agora apercebo-me.
Já o tinha feito.

Não me amas.

Tens amor. É verdade. Mas não Amor. Não amor de quem Ama mais do que nós próprios.
Amor de arriscar. Amor de deixar tudo para trás. Amor de não arrepender. Amor de quem Ama.
Amor de quem chora. Amor de quem ri.
E sorri. E é feliz.

Esse tu não o tens.

Tens o amor confortável. O amor de aconchego. O amor da pancadinha nas costas. O amor da palavra.

Eu não falo. Não oiço, Não reajo. Não tenho diálogos.
Quem quer falar fala.
Quem quer Amar, Ama.
Tu não queres.

E eu tenho pena. De ti. Não por ser nenhum sentimento recalcado. Genuínamente tenho pena que seja assim.
Que tenhas ficado assim.
Fico triste sempre que escolhes as opções fáceis.
Sempre o fizeste.
Já pensaste fazer alguma coisa que não fosse confortável?
Já penssaste não te lamentares por tudo aquilo que fizeste?
Já pensaste em não ser assim?

Eu já pensei que tu não o eras.
Já acreditei em ti.
Surpreende-me a corajem que é preciso ter para mentir a olhando nos olhos.
Tu tens.
E depois de tudo passado, sou eu que escrevo. Por ti e por mim.
Irónico não?
Tens corajem para fazer do pior.
Não tens corajem para fazer do melhor.
Não tens corajem de fazer os outros felizes. De me fazer feliz.
Onde ficas tu no meio disto tudo?
Não sei. Provavelmente pensas e repensas o melhor que há a fazer.
E tu que queres fazer tanto. Por ti. Queres correr tanto. Para lado nenhum.

E se fizesses alguma coisa que não fosse por ti?
Já pensaste nisso?
Por mim não. Pelos outros.
Vês as pessoas a passar por ti. E estás aí. Parada. A ler o meu texto.
Lê. Relê.
As palavras é o que ainda me sobra para te dar.
Já viste? Não tenho mais nada.
Nada...
Percebes o que é dar?
Percebes o que é não esperar nada em troca?
É Amar.
Por isso escrevo.
Sem diálogo. Sem resposta.
Não preciso.

Não faças tudo por ti. É um desperdicio.
Não sejas a árvore. Não sejas a floresta.

Sê o mundo.
Dá o mundo..

O meu, é teu. É vosso, que me lêem.
Este é o Meu Mundo.
Dou-o de barato.
Isso faz-me Feliz.

De facto, as melhores coisas nunca são caras.
Isto é o melhor que tenho. É só o que tenho.

Não consegues abraçar o meu Mundo.
;)
Talvez um dia consigas sair do teu.

entretanto... diz-me um segredo:
Seguimos assim?

fevereiro 14, 2006  
Blogger Luisa Seabra said...

saudadinhas de Portugal?????deixa, logo logo estás de volta, assim como o inicio do calorzinho português (q teima em não chegar!!)

fevereiro 20, 2006  

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