6.2.06

O espelho.
O mais mentiroso objecto do meu quarto.
Nunca mais me deixo enganar por ele, não sou a imagem q ele reflete.
Apanhaste-me tu.
Sedução.
Paixão.
Tesão.
Pelo teu não.
E pelo depois.
Noite e pq nunca mais foi dia.
As noites q chorei por ti ao espelho.
As que à força te tentei arrancar de mim.
As vezes q me fiz mal p te tentar atingir a ti q vives dentro de mim...
Cabrao, a palavra fácil p falar de ti.
Por todos os nomes, os piores, que te chamo e q as minhas amigas repetem c o mesmo fervor, pq lhes conto o q me fazes e o que não me fazes, o q me dizes e o que deixas por dizer, onde me tocas e onde nunca tocaste.
Digo sempre ao espelho que não vales nada.
Fazes o pior de tds os silêncios p quem espera, para quem observa e se observa.
E as respostas?
Não vai existir nunca mais uma outra paixão assim.
A partir de agora, vou ser só eu, egoistamente eu sem o reflexo.
O reflexo que eras tu, uma imagem q criei de ti , para mim.
Piada celestial,
O mais sublime dos cabroes, afinal, sou eu!

14 Comments:

Blogger Z said...

Amiga. Tudo aquilo que falamos na praia, neste último sábado. Presente. Um presente, a tua palavra ;)

fevereiro 06, 2006  
Anonymous Anónimo said...

Miga, está lindo!!
Amei, "o mais sublime dos cabrões"...Agora é seguir em frente que o "reflexo" está prestes a diluir-se, da mesma forma abrupta que surgiu,irá desaparecer...E agora, resta-me ser,(aliás) voltar a ser "a mais sublime das cabras" a que tende a não acreditar nos reflexos!
Beijos miga

fevereiro 06, 2006  
Blogger sónia said...

...há reflexos e reflexos - tudo depende da qualidade do espelho!
o "cabrão" é o espelho de péssima qualidade e o nevoeiro, falso, que se cria à sua volta (esses merecem a nossa "cabríce"...mas apenas esses)... porque também existem por aí bons reflexos ;) tudo depende do timing da coisa...

fevereiro 06, 2006  
Blogger Z said...

O espelho é uma distorção da realidade. E é perigoso porque se disfarça.
Parece igual, mas não é.
Eu e ele no espelho. Ele por trás de mim, leva a mão direita dele que sobe e me tapa a boca. No espelho é a mão esquerda dele que me sufoca.
Distorção. Deformação.
Eu prefiro rever-me nos olhos dele, do que ver a nossa imagem no espelho.

fevereiro 06, 2006  
Anonymous Anónimo said...

...e quando os olhos são o espelho da alma?

fevereiro 06, 2006  
Blogger Sininho said...

O cabrao foi obra sua.
Um personagem criado para ela.
Pq só assim fez sentido.
Um reflexo contaminado por ela.
Pq na realidade nunca o soube ver.

fevereiro 07, 2006  
Anonymous Anónimo said...

Desculpem-me o anónimo.
Desculpem-me o post despropositado.
Apeteceu-me e escrevi. Escrevi para ti. Escrevi para mim.

Ontem sonhei. Já não me acontecia há muito tempo. Desde que fui abruptamente roubado de um outro sonho maior.
Nessa altura sonhava em ser feliz. Vivia, talvez, num sonho.
E roubaram-me.
Mas ontem sonhei que não tinha sido roubado. Ainda era rico.
Acordei feliz.
Acordei a sorrir.
Não com aquele sorriso parvo de esguelha. Era um sorriso de me encher a cara e, por minutos, não me fazer pensar em mais nada.
Certamente muito melhor que qualquer acto fisico de amor.
Mil vezes as paixões que já tive.

Tu sabe como é.

De repente o nó no estômago. A apertar, a apertar, devagar... devagarinho. A realidade a entrar em mim.
Brutal. Era um sonho. E eu já me tinha esquecido de ter sido roubado.

Admito.
Eu próprio já fui ladrão. Já fui carteirista de rua, a roubar pequenas fortunas dos bolsos de ingénuas transeuntes.
Mas nunca roubei assim.

Para mim não é fácil.

Olho para trás e choro por já não ter aquela felicidade. Terei outras. Com certeza. Mas não aquela.
Essa já a perdi.
Sabes, eu olho muitas vezes para trás. Dá-me vontade de chorar entre gargalhadas espontâneas.
Rapidamente olho para a frente. Tento não parar mais. Não virar mais a cara para trás. Fico feliz por isso.
Depois, nas alturas mais incovenientes, nos locais mais despropositados, começo a sentir o passado nas minhas costas.
É uma sensação estranha. Não a consigo tirar. Fico triste.

Assim não!
Não pode ser assim.

Depois há os outros. Todos os outros que não tu.
Eles dizem-me vezes sem conta que és má pessoa.
Pior.
Já me o provaram. Eu não duvidei da evidência.
Mas,

Eu Amo-te.

Não tenho vergonha de o dizer. Não fico com a cara encarnada quando o digo. Não me sinto fragilizado por isso.

Não consigo evitar. Não consigo desligar.
Era fácil se assim fosse não era?

O tempo vai-me ensinando a conviver com isso.
A tirar felicidade de momentos efémeros. É assim que vivo.

Tu percebes.

Com certeza haverá solução.
Qual?

Seguir juntos?
Seguir sozinhos?
Seguir paixões?
Não seguir...

Não sei. Não sei. Não sei. Não sei.
Sei que estou a percorrer o caminho do meu destino.
Vou sozinho.

Acredita.

Não me levo em paixões. Essas irritam-me. Deixam-me indiferente.
Vou andando passo a passo. Tento fazê-los curtos para não tropeçar. Tento que sejam seguros, nem sempre certos.
Vou chegar lá.

Tu sabes que sim.

Levo comigo todo os momentos de felicidade passados. Foste tu que me os deste.
A ti, Obrigado.
Sabes, sinto-me superior a outros que não sabem o que é Amar.
É tão bom. Sinto-me feliz por sabe-lo. Deixa-me tranquilo para continuar a caminhar.
Não vejo o final. Isso é bom. Ainda me falta muito.

Confia em mim.

Encontramo-nos um passo antes do fim...

fevereiro 07, 2006  
Anonymous Anónimo said...

jggj

fevereiro 07, 2006  
Blogger Z said...

Meu Deus.
Amar....... hoje em dia tenho medo dessa palavra. Porque sei o que é magoar, e sair magoada.
E mesmo assim, com medo, atiro-me sem pensar.
Anónimo, ......... adorei o que escreveste.
Adorei.
Adorei.

fevereiro 07, 2006  
Anonymous Anónimo said...

mas que grande tanga...

fevereiro 07, 2006  
Blogger Melquíades, O Novo said...

Miga minha, mas o que é que se passou aqui de á dois dias pa cá...fdx...ficou tudo com vontade de lamexar...fdx...
Mas adiante...Gostei desse coment do anonimo...pensei até copiá lo para um post...mas...se alguem pode fazer isso, és tu. Ao anonimo, seja ele quem for, tenho a dizer que: - Tás lá! É isso mesmo, quem ama recorda e sente gratidão, sente previlégio, é uma benção ter amado...é a verdadeira razão para que estamos aqui, seja que tipo de amor for,à que lambê lo até ao fim...e,ficando a saudade e a recordação, saudosismos são inuteis, porque, como já disse, quem ama uma vez, ama duas ou três...

fevereiro 07, 2006  
Anonymous Anónimo said...

Desculpem, lá o meu post anterior. Eu sei que estes comentários servem para comentar o post, mas confesso que o meu último comentário se destinou única e exclusivamente a comentar o comentário. Admito que tenha sido precipitado e vou explicar porquê.
Bem vi que o mesmo não pretendia tratar-se de literatura, mas sim de uma resposta ao post, que também ele mais pareceu um desabafo. Mas essa é a prerrogativa do autor que vai buscar o que escreve àquilo que vive. Parece-me que aqui as cartas de amor têm uma capinha de lamechice meio bacoca em que a cereja no topo do bolo é o facto de parecer que aqui todos concordam uns com os outros no facto de que tudo o que uns e outros escrevem é simplesmente fabuloso. E fazem-no da maneira mais descarada, com os “Miga, está lindo!”, “tu tas lá!”, “Obrigado por existires...” e – às inúmeras frases de uma só palavra, coisa que, confesso, e salvo raras excepções, me custa perceber. Mas enfim, perdoar-me-ão porque a verdade é que há mesmo muita coisa que me custa a perceber.
Acho que a prova da verdadeira inteligência é criar coisas simples e bonitas que facilitem ou completem a transmissão de uma ideia ou sentimento. Do mesmo modo em que arte consiste em criar novas formas de comunicação, entendo que não faz sentido nenhum em criar novas formas de comunicação que sejam menos eficientes. Não quero com isto dizer que toda a arte deva ser fácil, perceptível por toda a gente, mas apenas que ela deve querer bastar-se a si própria, ser completa, consistir numa afirmação definitiva, original e auto suficiente relativamente a um determinado assunto. Qualquer coisa que facilmente se descola do seu autor e que possa ter vida própria que se aproxime o mais possível de um elemento básico não da química, mas do mundo das ideias de que Platão falava.
Apesar dos comentários ao comentário do post admirarem a intensidade do sentimento do anónimo, não foi disso que ele escreveu. Ele veio para explicar como e que ele se sente depois de qualquer coisa que segundo diz, o conseguiu mudar.
Para se falar de amor tem de se viver o amor primeiro, mas antes de se escrever sobre o amor deve ler-se o que sobre ele já foi escrito, sob pena de se cair no campo das cartas de amor [que como todos sabem, são ridículas]. Sem querer ser maçador ou pretensioso, e além de outras leituras, lembrei-me da primeira epístola do apóstolo S. Paulo aos Coríntios, [13:1] de que reproduzo este excerto:
“Ainda que eu falasse as línguas dos homens e dos anjos e não tivesse amor, seria como o metal que soa ou como o sino que tine. E ainda que tivesse o dom de profecia, e conhecesse todos os mistérios e toda a ciência, e ainda que tivesse toda a fé, de maneira tal que transportasse os montes, e não tivesse amor, nada seria. E ainda que distribuísse toda a minha fortuna para sustento dos pobres, e ainda que entregasse o meu corpo para ser queimado, e não tivesse amor, nada disso me aproveitaria.
O amor é sofredor, é benigno; o amor não é invejoso; o amor não trata com leviandade, não se ensoberbece, não se porta com indecência, não busca os seus interesses, não se irrita, não suspeita o mal; não folga com a injustiça, mas folga com a verdade; tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta.
[...] Quando eu era menino, falava como menino, sentia como menino, pensava como menino, mas, logo que cheguei a ser homem, acabei com as coisas de menino. Porque, agora, vemos por espelho em enigma; mas, então, veremos face a face; agora, conheço em parte, mas, então, conhecerei como também sou conhecido. Agora, pois, permanecem a fé, a esperança e o amor, estas três; mas a maior delas é o amor.”
Ora bem: pode até dizer-se que este amor, que é sofredor, benigno, não é invejoso, não se ensoberbece, não busca os seus interesses, não se irrita, não suspeita o mal e folga com a verdade, tudo suportando, pura e simplesmente não é humano. Mas é definitivamente o objectivo de quem é verdadeiro. E por isso chateia-me que se fale do amor com leviandade. Já repararam na facilidade que há em dizer que se ama alguém? É fácil, é barato, e às vezes dá milhões… mas deve tratar-se com seriedade aquilo que é susceptível de fazer sofrer.
Isto tudo para dizer que o amor implica uma negociação na qual nem sempre se tem sucesso. Às vezes o seu sucesso ou insucesso depende da simples equação que consiste em determinar o que é que prevalece: o nosso amor pelo outro ou por nós próprios. Sempre achei que amar alguém significava conhecer lindamente essa pessoa e amar o que se conhece. Aí é que o amor se distingue da paixão, onde prevalecem as percepções exteriores relativamente ao outro, temperadas pela fantasia. Não tem que haver cumplicidade de vida, ao contrário do que acontece no amor, onde ela é essencial, mesmo que essa cumplicidade apenas seja sentida por um.
O verdadeiro amor anda de mãos dadas com a humildade dos sentimentos, vontade de mudar-se a si próprio, ser melhor em benefício de quem se ama.
Não somos nós, é a vida vivida passada e futura que prova a nós e aos outros se amamos mesmo.
E se eu comecei por achar uma grande tanga a isto tudo, a verdade é que hoje de manhã vim aqui ler melhor e percebi perfeitamente o nosso amigo anónimo. Acabei por gostar. Muito. :-)
j

fevereiro 08, 2006  
Blogger Z said...

"O verdadeiro amor anda de mãos dadas com a humildade dos sentimentos, vontade de mudar-se a si próprio, ser melhor em benefício de quem se ama."
E em nosso benefício último, também.
Gostei do que escreveste J(o)ao. E, "Migo, está lindo" e "Tu tás lá", também para ti, ehehehe...
Não resisti ;)

fevereiro 08, 2006  
Blogger Sininho said...

Hoje, é esta a minha mensagem p ti:
"Nunca mais caminharia vazio...levava o Vale dentro de si..."
E é tudo o q tenho a dizer!
De Alma,
Obrigado!

fevereiro 08, 2006  

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